Transição Gradual Exige Atenção Redobrada para Evitar Prejuízos Financeiros
Estabelecer processos eficientes de revisão fiscal e tributária é essencial para o desenvolvimento sustentável de qualquer organização no Brasil. Isso se deve, principalmente, à complexidade do sistema tributário nacional, reconhecido como um dos mais difíceis e onerosos do mundo.

Com a aprovação da Reforma Tributária (Emenda Constitucional nº 132/23), o cenário tributário entra em um novo ciclo de transformações. Essa mudança, que será implementada gradualmente até 2033, traz impactos diretos para os contribuintes, que precisam se adaptar às novas regras para garantir segurança fiscal e evitar prejuízos financeiros decorrentes de erros, multas ou penalidades.

Entendendo a Reforma Tributária
Após décadas de debates, a Reforma foi sancionada em dezembro de 2023, com o objetivo de simplificar e modernizar a estrutura tributária brasileira. A proposta substitui tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS por dois novos impostos sobre valor agregado:

CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal;

IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), gerido por estados e municípios.

Essa mudança marca a introdução do IVA Dual, com o intuito de reduzir a burocracia e aumentar a transparência tributária.

Desafios Durante a Transição
Apesar da intenção de simplificação, o período de transição até 2033 traz novas camadas de complexidade, já que os sistemas antigo e novo irão coexistir por vários anos. Isso significa que as empresas precisarão lidar com dupla apuração, adaptação de sistemas, reformulação de contratos e reavaliação da formação de preços.

Empresas que atuam em diferentes estados e municípios, por exemplo, devem estar atentas às variações regionais, o que aumenta a necessidade de controle fiscal preciso.

Impactos Financeiros: O Custo da Falta de Revisão
Segundo estudo do Banco Mundial, empresas brasileiras gastam, em média, 1.501 horas por ano com apuração e pagamento de impostos – bem acima da média global de 233 horas. Além disso, empresas com faturamento anual de R$ 10 milhões podem perder até 2,52% de sua receita com pagamentos indevidos de tributos. Esse percentual pode chegar a 5,79% em organizações maiores.

Esses números reforçam a importância da revisão fiscal como prática constante e estratégica, voltada não apenas à conformidade, mas à eficiência financeira.

A Revisão Fiscal como Estratégia de Negócio
Para enfrentar esse cenário desafiador, as empresas devem adotar uma postura proativa:

Revisar rotinas fiscais regularmente, identificando pagamentos indevidos e oportunidades de recuperação de créditos;

Mapear os impactos da Reforma nos processos internos, sistemas, contratos e precificação;

Capacitar lideranças e equipes fiscais, garantindo o domínio das novas regras e adaptações necessárias;

Investir em digitalização e automação, modernizando os processos tributários;

Acompanhar continuamente as atualizações legislativas, principalmente as leis complementares que irão detalhar a nova estrutura.

Conclusão: Um Momento de Transformação e Oportunidades
A Reforma Tributária representa um momento decisivo para o ambiente de negócios no Brasil. Embora o período de transição exija atenção redobrada, ele também abre espaço para otimização de processos, redução de riscos e ganhos de eficiência.

A revisão tributária, nesse contexto, deve ser tratada como uma atividade estratégica e recorrente, que une conhecimento técnico, inteligência fiscal e visão de futuro para garantir a saúde financeira e a competitividade das organizações.