A Reforma Tributária brasileira, prevista para entrar em vigor em 2026, representa uma mudança estrutural significativa para o setor varejista. Com foco na simplificação e transparência, ela exige adaptações operacionais e estratégicas das empresas para garantir competitividade e sustentabilidade financeira.
Simplificação Fiscal: O Fim da Cumulatividade
A unificação de tributos como PIS, Cofins, IPI, ICMS e ISS em dois novos impostos — o Imposto sobre Bens e Serviços (IBS) e a Contribuição sobre Bens e Serviços (CBS) — visa eliminar a cobrança em cascata, permitindo que créditos tributários sejam recuperados com maior facilidade. Essa mudança promete reduzir a carga tributária para pequenos e médios varejistas, facilitando a gestão fiscal e promovendo um ambiente de negócios mais competitivo.
Split Payment: Impacto no Fluxo de Caixa
Uma das principais inovações é o sistema de split payment, que separa automaticamente o valor do imposto no momento da transação, repassando-o diretamente ao fisco. Embora essa medida vise combater a sonegação e aumentar a eficiência arrecadatória, ela pode afetar negativamente o fluxo de caixa das empresas, especialmente aquelas com margens de lucro reduzidas. Estima-se que o ciclo de caixa do varejo possa aumentar em até 45 dias, resultando em uma redução significativa no capital de giro ao longo de um ano.
Desafios Operacionais e Necessidade de Adaptação
A transição para o novo sistema exigirá investimentos em tecnologia, treinamento de equipes e reestruturação dos processos internos. Empresas precisarão adaptar seus sistemas de gestão para integrar a emissão de documentos fiscais e arranjos de pagamento ao sistema do split payment. Além disso, será necessário reforçar a gestão administrativa, controlando retenções e compensações, e arcar com custos bancários adicionais pela operação de segregação automática.
Oportunidades no Comércio Eletrônico
Apesar dos desafios, a reforma também traz oportunidades, especialmente para o comércio eletrônico. A uniformização das regras fiscais entre estados reduzirá barreiras, beneficiando o e-commerce. Essa mudança pode estimular o crescimento do varejo online, que vem ganhando espaço no mercado. No entanto, é necessário equilibrar as condições entre o comércio físico e digital, evitando disparidades que possam prejudicar o setor como um todo.
Estratégia Fiscal Proativa: Um Diferencial Competitivo
Empresas que adotarem uma estratégia fiscal proativa, investirem em tecnologia e formarem equipes preparadas terão uma vantagem competitiva real. A reforma exige mais do que conformidade; exige inteligência tributária integrada à gestão financeira. Isso implica não apenas investir em automação fiscal e integração com meios de pagamento, mas também garantir um controle efetivo sobre receitas e despesas, evitando deixar dinheiro na mesa na dinâmica de apuração de créditos e débitos fiscais.
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